Oi, gente! A ideia dessa post surgiu após eu colocar um DIU aqui no Canadá. Muitas das minhas seguidoras começaram a perguntar como era a saúde da mulher no Canadá e eu percebi que esse realmente não é um conteúdo muito fácil de se pesquisar estando no Brasil.
O tema é bem importante e pode influenciar muitas mulheres que estão no plano Canadá, então anota as informações que são relevantes para você, ok? Já vem também dar uma olhadinha nesse outro post sobre saúde no Canadá.
O ginecologista
Vamos começar falando do básico: o ginecologista. Primeira pergunta que todo mundo me faz é sobre esse profissional: como que é? Posso escolher meu médico? Posso escolher se será homem ou mulher? Bom, a resposta é: sim e não.
Da forma como a saúde da mulher no Canadá é esquematizada aqui, você não vai diretamente ao ginecologista, mas terá direito a um médico de família. Então, é importante que você procure um médico de família que você se sinta confortável em fazer os seus exames ginecológicos de rotina.
“Ah então o papanicolau e outros exames, não é o ginecologista que vai fazer?” Não, é o médico da família. “Ah eu tenho ovário policístico, então eu tenho que tratar com ginecologista”. A resposta é depende. Se você precisar, é sim acompanhada por um ginecologista, mas se você já estiver com tratamento encaminhado, é o médico de família que vai te acompanhar.
O ginecologista é um médico especialista, então você vai ser encaminhada a ele se estiver grávida, se estiver com alguma problema no útero, nos ovários, algo do qual você precise ser tratada com especialista, entende?
No geral, todos seus exames de rotina e acompanhamento regular será com seu médico de família. Então, é importante que você escolha um médico de família do gênero que você prefere, para se sentir a vontade para fazer seus exames. Pessoalmente, eu já tive médicos de família homem e também mulher. Não chega a fazer muita diferença para mim, mas fica aqui a dica para que você realmente escolha um que faça sentido para você.
Pílula anticoncepcional
Aí já vem a segunda pergunta: coisas como pílula anticoncepcional, eu preciso ir no ginecologista para ele recomendar? Com certeza não. O seu médico de família também pode te prescrever esses remédios. Se você já usa um do Brasil, traga sua prescrição com os ingredientes da sua pílula, e ele vai te receitar a pílula daqui que mais se aproxima desse princípio ativo.
Eu até trouxe uma quantidade razoavelmente grande de pílulas para cá. Eu tomei tudo, mas de qualquer forma já fui procurando um médico e, quando encontrei, mencionei o princípio ativo da minha pílula. Assim, ele me receitou o que mais se aproximou. Isso até eu colocar o DIU.
Saúde da mulher no Canadá: exames
Falando em exames, algumas coisas aqui no Canadá são bem diferentes. Por exemplo, a gente não faz papanicolau todo ano. Aqui, o Pep Smear (como é chamado) é feito de 3 em 3 anos. Dependendo da sua faixa etária ou se você tem um histórico familiar, você até pode fazer com uma frequência maior. Mas no geral, você entra nessa periodicidade de 3 anos mesmo.
Eu informei meu médico que eu fiz um papanicolau no Brasil antes de vir para o Canadá. Ele perguntou se teve alguma alteração e, como eu respondi que não, já registrou que eu faria depois de 3 anos. Mesma coisa com ultrassom intrauterino, que alguns médicos brasileiros costumam solicitar todo ano. Aqui você só vai fazer se realmente estiver com algum problema.
Há um tempo atrás eu comecei a sentir umas dores esquisitas e cólicas estranhas, mesmo tomando pílulas há muitos anos. Fui no médico de família, expliquei a situação e ele fez exame de toque em mim. Sério, eu quase chutei a cara do médico na hora, de tanta dor. Ele até tentou me acalmar e então eu expliquei que não estava nervosa, mas que foi um reflexo porque senti dor.
Então, ele solicitou um ultrassom e foi onde eu descobri um mioma intrauterino, que aqui eles chamam de fibroids. São miomas pequenos, então a recomendação foi continuar com a pílula. Quando eu troquei de médico de família, dessa vez uma mulher, eu expliquei que tinha um mioma, passei todas as coisas e ela sugeriu um DIU hormonal para o tratamento. Esse foi o motivo de eu inserir o DIU.
DIU
No início para mim foi bem difícil ter colocado o DIU. Eu cheguei a me arrepender, porque eu tive muita dor. A inserção do DIU aqui no Canadá não é feita com anestesia. Ela é feita com você 100% consciente, então dói demais. A minha pressão também caiu na colocação do DIU e realmente foi uma experiência bem ruim até o primeiro mês e meio.
Até quero agradecer por todas minhas seguidores, que foram super fofas comigo e compartilharam suas experiências. Assim eu pude entender que era um processo comum e uma fase de adaptação ao dispositivo. Após a inserção eu fiz um ultrassom para ver se estava tudo certo e estava sim. O DIU hormonal foi escolhido pelo mioma, mas aqui também tem DIU de cobre, de prata, implanom… todos os tipos, viu?
Os contraceptivos são gratuitos?
Não, não são. Algumas coisas aqui não são inclusas no sistema de saúde público, e a contracepção é uma delas. Se você trabalha numa empresa legal aqui, porém, você talvez terá um extended health insurance. Ele é como se fosse um seguro saúde que cobre coisas que o seguro provincial não cobre.
No nosso seguro provincial não cobria pílulas ou DIU, mas no extended health insurance do emprego do Vitor, sim. Eu tinha direito a ter qualquer um desses métodos contraceptivos, então foi assim que eu adquiri. A depender do insurance, você pode tanto comprar e solicitar reembolso depois, quanto já comprar normalmente com o valor integral coberto.
Isso também depende do valor, da complexidade e disponibilidade do tratamento. Então, não tem como eu falar qual é a regra aqui. Mas ainda assim é bem diferente de um plano de saúde no Brasil.
Então assim, eu preciso te tranquilizar que aqui a saúde da mulher está instituída sim. Mas é sim diferente do que você vai encontrar no Brasil, onde provavelmente você vai no seu próprio ginecologista, faz um ultrassom e papanicolau anualmente, etc.
E para gravidez?
Eu acompanhei como é a rotina de algumas amigas grávidas por aqui e tem algumas diferenças em relação ao Brasil. Para começar, a gestante não faz 500 ultrassons, não faz ultrassom do bebê todo mês, e sim faz uns 3 ou 4 durante toda a gestação.
Lógico que se você tiver sangramento, alguma situação séria, se precisar de emergência, você vai ser levada a sério e ser atendida sim. Uma outra diferença é que aqui você pode escolher entre ginecologista ou uma doula para te acompanhar – chamada de midwife.
Dependendo da província, as midwifes podem ser muito concorridas pelo atendimento ser mais humanizado do que com ginecologista, que faz um atendimento mais médico e pontual mesmo, enquanto que a doula te acompanha em outros fatores, mas não é autorizada a fazer exames, por exemplo.
Também escutei relatos da galera dizendo que no Canadá você precisa ter parto natural, que você não pode escolher ter de outra forma. Muitas das minhas amigas que estavam grávidas afirmaram que o médico delas abriu a possibilidade delas escolherem. Outras já me relataram que não tiveram essa oportunidade, mas que você pode trocar o seu médico caso você não esteja achando interessante o plano de parto traçado.
É importante eu mencionar que eu compartilhei aqui relatos de minhas amigas sobre gravidez, o que não quer dizer que isso é uma regra no país inteiro, ou que as coisas sobre saúde da mulher no Canadá funcionam exatamente como eu falei, tá?
Mas acredito que esses relatos podem tranquilizar as mulheres que estão no Plano Canadá e não acham maiores informações sobre. Pode confiar que sim, você será plenamente atendida aqui no Canadá e a saúde da mulher no Canadá funciona sim, porém de uma forma diferente do Brasil.
Gostou do post? Me conta aqui nos comentários se você já sabia dessas informações e qual sua opinião sobre 😉
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