Desde julho de 2022, observamos o avanço dos programas de imigração, indicando que o governo canadense está empenhado em atingir suas metas de imigrantes para 2023. Com isso, surgiram uma série de notícias de aproximação de um TR to PR. O post de hoje introduz sobre a política e traz uma convidada muito especial para contar sua experiência com o TR to PR: nossa seguidora e ex-aluna Mariana Guimarães.
O que é o TR to PR?
TR to PR é a sigla para o The temporary resident to permanent resident pathway, uma política pública que o governo canadense adota de tempos em tempos para oportunizar a residência permanente às pessoas que já estão no Canadá. Costuma funcionar de forma mais rápida que o Express Entry, apesar de ter requisitos bem similares.
Requisitos
Existem 6 categorias dentro do TR to PR, cada uma com requisitos específicos:
- Workers in-Canada – Stream A (healthcare)
- Workers in-Canada – Stream B (essential non-healthcare)
- International Graduates
- French-speaking workers in-Canada – Stream A (healthcare)
- French-speaking workers in-Canada – Stream B (essential non-healthcare)
- French-speaking International Graduates
A categoria mais comum é a International Graduates, categoria onde o esposo da Mari, o Diego, aplicou. Eles estavam se preparando para o EE quando o TR to PR foi aberto.
Mari, conta para gente como foi para participar desse processo?
Oi gente! Bom, eu e o Diego moramos em North Vancouver. Meu esposo veio em setembro de 2016 para estudar e, no momento da aplicação, estava com o seu PGWP em mãos. Eu cheguei aqui em fevereiro de 2020, em um ano que tornou muito difícil a minha adaptação. Estudava e trabalhava no Walmart, mas desde o início já pensávamos em melhorar nosso perfil para aplicar para o EE.
Então, começamos a pensar na nossa estratégia com o auxílio de uma advogada de imigração. Nós estávamos nos preparando para aplicar para o EE em agosto de 2021, quando concluísse as 1560 horas de trabalho do meu esposo. Por isso, ali em meados de março/abril de 2021 nós já tínhamos feito todas as traduções dos documentos, os exames médicos, o CELPIP… já tínhamos inclusive uma pontuação legal nas simulações.
Os draws estavam bem numa época com notas de corte baixos – teve até 77! – por isso, nós deixamos tudo preparado para aplicar o quanto antes. Foi quando nossa advogada ligou para avisar sobre o TR to PR. Ela disse que o meu marido tinha o perfil para o International Graduates e que podíamos aplicar, sendo ele o aplicante principal.
No dia que o pathway abriu vocês já estavam preparados, então?
Sim. Nós já tínhamos inclusive custeado todas as documentações. O que acabou sendo engraçado, pois eu como aplicante secundária não precisei usar os documentos. Mas não me arrependo, pois essa documentação pode ser usada em outras situações. Na manhã que liberaram as aplicações, 9h da manhã já estávamos no sistema com toda a documentação, preenchendo tudo.
O sistema acabou caindo por conta da alta movimentação, e foi aí que aconteceu uma coisa chata: com o bug do sistema deles, nos cobraram duas vezes a application fee de CAD 2000, totalizando CAD 4000. A gente resolveu seguir mesmo assim para não perder a oportunidade, pois achávamos que iam reembolsar no futuro, o que não aconteceu 🙁
Poxa, que coisa… pelo menos vocês conseguiram usar todas as documentações que usariam no EE?
Em parte sim. Mesmo a nossa advogada não tendo certeza de quais documentos seriam necessários, usamos tudo que estávamos preparando para o EE. Coincidiu que, quando o sistema abriu, percebemos que tudo o que tínhamos já era adequado – mandamos inclusive alguns documentos a mais. Mas no geral, precisou de tudo: comprovação de estudos, trabalho, proficiência, exames médicos, informações de viagem dos últimos 15 anos, foto 3×4, biometria…
Inclusive, para gente foi super importante contar com o apoio de uma advogada de imigração nesse período. Mesmo que uma pessoa seja fluente, o sistema conta com coisas específicas de imigração, e a orientação de alguém sobre nossa documentação valeu muito a pena. Poderíamos ter perdido nosso PR por conta da foto 3×4, por exemplo, que tiramos em casa. Só então fomos orientados que tinha que ser uma foto oficial, com numeração, retirada em locais específicos na cidade.
Após aplicar
Após a aplicação, em quanto tempo receberam a confirmação que tinham conseguido o PR?
Depois de aplicarmos, tivemos que literalmente esquecer do nosso processo, porque não recebemos nenhuma comunicação além da de que receberam os documentos. Só em dezembro de 2021 que recebemos a carta convite, informando que conseguimos o PR.
Depois de recebermos a carta, estávamos loucos para ir para o Brasil, mas tivemos que esperar mais dois meses até o meu cartão vir. O do meu marido veio em 1 semana. Inclusive, tenho amigos que esperaram 6 meses para chegada do cartão, e amigos que até hoje não receberam a resposta. Está tudo muito doido com a pandemia, a imigração está bem lenta.
Você teve contato com pessoas que não conseguiram estar preparadas para aplicar?
Sim. O que mais pegou é que, quando abriu essa modalidade, muita gente não sabia o que ia ser exigido. Então, quando descobriram, já não tinha mais vaga para fazer o CELPIP, em uma semana esgotou tudo. Chegou a sobrar vaga nas categorias de falantes de francês, por exemplo, pois tinham poucos preparados. Então para gente foi muito questão de timing mesmo, de já ter tudo em mãos para aplicar.
Vocês conseguiram fazer o CELPIP em março, certo? Como foi essa experiência?
Nós escolhemos fazer o CELPIP por conta do valor e por já ter materiais de estudo para a prova. Nós temos um bom nível de inglês (fui aluna do D21 do Casal Nerd, inclusive), e realmente achamos a prova tranquila. A parte mais difícil foi o speaking, onde tínhamos que falar para um computador. A minha pontuação foi 9 em todas as habilidades, e meu esposo 11/12.
Agora com o PR em mãos, já pode dizer que valeu a pena todo o processo? Quais são os planos futuros?
Valeu a pena sim. Eu tive muita dificuldade de adaptação por ter chegado aqui em plena pandemia, mas depois de muita terapia, muito perrengue para arrumar emprego, eu posso dizer que aprendi muito. Acho que aqui são muito receptivos, tem toda uma comunidade de brasileiros e canadenses fazendo nos sentir bem-vindos.
A única coisa que não vou me acostumar é com a chuva, que não me dá muita vontade de fazer as coisas. Mas adoro a qualidade de vida, as oportunidades, natureza que temos aqui. O plano é aplicar para a cidadania após os 2 anos de PR e talvez ir para os EUA, onde temos família. O processo para green card é facilitado para quem tem cidadania canadense. Ou talvez comprar uma casa, já que o valor do aluguel aqui é um absurdo, hahah.
Por tudo que você já sabe sobre o TR to PR, qual sua expectativa para o próximo?
Eu acho que vai ser mais concorrido, porque eu tive amigos que tentaram aplicar mas não tinham todos os documentos na época. Agora, as pessoas já sabem o que precisa e vão se
preparar melhor. E tem sim que tirar tempo para se programar, é um processo que demora. Para gente foi difícil conseguir os diplomas, por exemplo, porque é uma comunicação feita entre as universidades, o documento não pode passar por você… levou uns 3 meses só para isso. Então quem se programar vai sair novamente na frente.
Bom, agora que já conhecemos a história da Mari só podemos agradecer por ela ter compartilhado a experiência dela com a gente, e também dizer para quem busca o TR to PR: se prepare o quanto antes. Se informe sobre esse processo e já tenha tudo em mãos – inclusive sua nota no CELPIP ou IELTS.
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Comenta aqui se você também já participou de um TR to PR ou se está se preparando para um!
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