Quer fazer mestrado ou doutorado no Canadá e tem muitas dúvidas sobre o assunto? Meu nome é Fernanda e eu estou partindo para o Canadá em breve para fazer meu doutorado no Canadá. E tem tanta coisa para falar sobre esse assunto né?
Durante o encontrinho SP, eu, Fernanda e a Giovanna descobrimos que muitas pessoas têm dúvidas em relação aos estudos no exterior. Então surgiu a ideia de criar esse post para que eu possa compartilhar minha experiência com vocês. Mas são muitas informações importantes e detalhes então decidi dividir em duas partes! Vamos lá à primeira?
Como tudo começou?
Eu sou bacharel em química pela UFJF e mestra na mesma área pela PUC-Rio. Demorei 6 anos para terminar graduação, e em termos de nota, eu era um pouco acima da média.
Não que a média seja muito alta, como a maioria dos cursos de exatas… hehehe. Eu nunca tive monitoria ou estágio, e fiz parte de um projeto de iniciação científica por uns 6 meses.
Antes da faculdade, eu morei por 1 ano nos EUA, em um intercâmbio de High School. Depois disso, sempre tive vontade de voltar a morar fora do país… Só que a minha vida foi acontecendo e eu nunca fiz nada a respeito disso.
Depois dos longos anos de graduação, muito perrengue e muitas dúvidas sobre o que diabos eu ia fazer com uma faculdade de química, eu acabei decidindo me tornar PESQUISADORA!!!!
Caminho natural? Mestrado e doutorado.
Doutorado? Vai ser fora dessa vez!
Foi nessa época que eu resolvi fazer alguma coisa sobre a minha vontade de sair do Brasil, já que todo mundo sabe o quanto a vida é ingrata aqui. Infelizmente o meu histórico de graduação não me tornava muito competitiva lá fora.
Então eu resolvi tomar vergonha na cara e ralar bastante nos 24 (longos) meses seguintes e fazer um mestrado decente no Brasil mesmo.
Eu resolvi fazer o curso na PUC por ela ser uma instituição bastante reconhecida, inclusive fora do país e essa escolha é uma parte importante de todo esse processo. Isso porque a universidade de onde você vem pode ser importante, pois se ela for conhecida lá fora já vai depor a seu favor na hora da seleção.
E aqui vale um pouco de pesquisa sobre as universidades. Aqui no Brasil os cursos de pós-graduação têm uma avaliação, que vai de 2 a 7, feita pelo Capes. E embora ela não tenha valor fora do Brasil, os cursos mais bem avaliados são sempre bem reconhecidos lá fora (aqueles com 6 e 7).
Só que às vezes, lá fora, algumas universidades têm mais reconhecimento, por vários motivos. Então é importante tentar saber o quão internacionalizada é a universidade que você escolheu. No meu caso, o curso da PUC é nota 5, mas como a universidade é muito famosa lá fora, isso ajudou bastante.
O mestrado foi um período bastante trabalhoso, mas também foi um período de muito aprendizado. Obviamente eu tentei ter notas mais altas (o tanto que a minha preguiça permitia), mas como nem tudo são notas… O meu maior foco era desenvolver a minha pesquisa e ir ao maior número de congressos que fosse economicamente possível. Além disso, submeti dois artigos e um review (que já estava aceito para publicação quando eu apliquei).
Parte acadêmica
Agora vem a parte que pode ser realmente chata e um tanto frustrante: fazer a seleção das universidades. Mais uma vez isso envolve pesquisar as universidades para onde você vai aplicar, encontrar os requisitos de entrada cada uma, ler sobre os programas, funding, scholarships, tuition, etc.
Esse foi o procedimento mais trabalhoso! Ao longo do meu mestrado eu devo ter olhado literalmente TODAS as universidades canadenses que oferecem doutorado na minha área.
Construí uma planilha enorme no Excel, com todas as informações que eu achava necessárias sobre a universidade quanto sobre a cidade e o programa de pós-graduação.
Essa etapa, na verdade, pode ser dividida em duas: escolher a universidade e a cidade para onde você quer ir. E isso depende de algumas coisas. Se você fala francês, inglês ou os dois, se você gosta MUITO de frio, se quer uma cidade maior ou menor, se o custo de vida cabe no seu bolso.
No meu caso, eu e meu marido não tínhamos uma referência específica, mas eu sei que tem muita gente que tem dificuldades para se adaptar a algumas situações. Então vale a regra: você se conhece melhor do que ninguém, então faça suas escolhas pensando nisso.
Os sites das universidades são bem diferentes um do outro e a maioria deles é BEM ruim, com uma lógica bem diferente do que a gente está acostumado. Minha recomendação é abrir cada link relacionado, com as coisas que interessam, sobre a universidade. Tem muita informação “escondida”, então quanto mais paciência e tempo você dedicar, melhor.
Requisitos para entrada
Os requisitos para estudantes internacionais são diferentes entre as universidades, então tem que olhar e anotar com bastante cuidado. Além disso tem o rendimento acadêmico que precisa ser alto. Eu vi variações entre médias 7/10 para a Universidade de Calgary e 8.6/10 para a Universidade de Toronto. E precisa do TOEFL ou IELTS (nessa área vocês podem/devem contar com o apoio da Gi aqui do Casal Nerd no Canadá).
Como aqui no site tem muitas informações sobre IELTS e TOEFL, vou focar nas outras provas que podem ser pedidas. Tem algumas outras provas que as universidades podem pedir, como: o Graduate Records Examination – GRE.
Tanto o General quanto os específicos de cada área (o seu subject). O GRE General é uma prova de que vai avaliar as habilidades verbais, quantitativas e analíticas adquiridas por uma pessoa ao longo da graduação. Basicamente testa inglês e matemática num nível acadêmico bem alto.
Ela é muito usada nos Estados Unidos e em algumas áreas de estudo, no Canadá, para os programas de pós-graduação. Os MBA’s e programas de pós-graduação de Business e Finance, normalmente utilizam o GMAT, que é focado em raciocínio lógico e matemático.
Mas… nem todas as universidades pedem essas provas, ufa! O que é ótimo porque ela custa US$ 205 (aquela facada padrão de provas internacionais para universidades), mas pelo menos ela vale por 5 anos. O modelo de aplicação dessa prova parece bastante com o do TOEFL, afinal o GRE é feito pela ETS a mesma empresa que elabora e aplica o TOEFL. Então o bom é que ele é todo online e tem muitas datas disponíveis.
GRE Subject test
Como eu falei, algumas áreas como a Biologia, Química, Literatura Inglesa, Matemática, Física e Psicologia também tem GRE Subject Test. Ele é bem parecido com o ENEM! Mas ao invés das matérias do ensino médio, ele vai ter as matérias base da sua formação na universidade.
Nessa prova mais específica as datas já são bem limitadas! Elas costumam acontecer em três datas por ano, normalmente em abril, setembro e outubro. E vale ressaltar que… as vagas esgotam! Então tem que rolar aquele planejamento bem antecipado! #ficadica
Diferente das outras provas da ETS, o GRE Subject não é digital então as notas costumam demorar um tempo maior para sair. Por outro lado, ela é ligeiramente mais barata que as outras provas, custando “apenas” US$150. #temquerir
Como eu optei por universidades que não pediam nenhuma dessas três provas, então eu sei bem pouco a respeito delas. Tem muito material preparatório disponível online, alguns gratuitos, outros pagos, então, mais uma vez: pesquise bem. E vale a dica de qualquer prova: se prepare bem antes para não “jogar dinheiro fora”.
Essa foi a primeira parte, gente! Espero que esse post já tenha te ajudado a esclarecer um pouco mais sobre como fazer a sua busca por graduate courses no Canadá.
Você está procurando mais informações sobre? Então fiquem ligados que a parte 2 vai sair em breve e tem muito mais!!! Na segunda parte teremos dicas importantes sobre documentação, prazos, cartas de referência e outros. Você vai se amarrar! Se quiser acompanhar nossa jornada no Canadá, siga a gente em @sfernandamonteiro no instagram.
E como diz a Giovanna, we’ll see you all in Canada!
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